O sufoco puxa-me, pressiona-me até ao chão, ergo meus braços, entro em desespero. A minha alma quer sair do meu corpo, começa fazendo uma grande colisão dentro de mim. E as almas, as almas querem a alma. Alma que ficou presa a pessoa errada e esse foi o equivoco, como pode a alma, algo que tão puro é, estar dentro, dentro da personalidade que o cérebro, devido a maus hábitos, influencias não positivas, criou. E agora, agora começa, apagando-se. A memoria fica cada vez menos vasta, e a pouco a pouco, tudo começa a desaparecer, memorias, informações, pequenos fragmentos de imagem. E a alma, a alma chora, em pura angustia, tentando apenas escapar do quase impossível. A respiração dificulta-se ao longo dos batimentos cardiovasculares, esses cada vez mais fortes, e pontadas, pontadas começam a prejudicar o órgão vital. Tudo numa base de grandes pequenas ideias, todas elas se desfragmentam, e toda a visão fica menos nítida, o olhar, o olhar desfoca, quanto mais tento forcar a imagem, mais ela se ausenta. O gosto desaparece, e os maiores prazeres da vida deixam de ter sabor. O toque, o toque que sentia, ao tocar toda a arte não visual, o toque que tão magico era, toda a suavidade, todas as arestas, superfícies macias e robustas tudo isso desaparece, o toque fica cada vez menos sensível, e meus dedos petrificam-se. Não sou uma gárgula, mas o meu coração transforma-se em pedra, e todo o egoísmo, toda a arrogancia, toda a antipatia vinda de mim, ultimamente, começa a ter sentido. Pouco a pouco perco o meu ultimo sentido, apenas deixando de escutar, porque depois de isso tudo, tudo o que me surruram, deixa de ter valor, por capricho, não quero ouvir, nem palavras, nem sons, nem gritos ou grunidos, e todo o motivo encontra-se nunca auto-protecção, as palavras é que fazem os sentimentos esfriar.