pessoas online

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

08 de Outubro de 2008



Sentada nas escadas do pátio, uma senhora com ar simpático de cabelo grisalho, que costumava estar sentada do meu lado, pedia-me para por a linha na agulha, a idade não perdoava, e a vista da senhora já era demasiado fraca. Todos os dias, sentada nas escadas do pátio, eu punha a linha na agulha, para a senhora cozer. E todos esses dias, observava como ela conseguia reparar tudo com apenas uma linha e agulha. Sentada nas escadas do pátio, as tardes passavam rápido, levava sempre o meu caderno a fazer os meus deveres, enquanto mostrava a senhora as letras, porque quando eu me sentava nas escadas do pátio, tinha apenas seis anos, e uma vontade enorme de aprender, e pouco a pouco ia ensinado, as vogais e as consoantes a pobre senhora que nunca teve oportunidade de aprender. Com todas as rugas que percorriam o seu rosto, esboçava-se sempre um sorriso de esperança na cara da senhora, e no meu um sorriso de uma criança feliz. Fizesse sol, fizesse chuva, a senhora que se sentava no pátio, estava sempre la, com roupas escuras, um lenço na cabeça cobrindo os seus longos cabelos cor de cinza, e eu estava sempre do seu lado. O Outono passou para Inverno, e a senhora já não estava lá mais sentada, apenas eu e as minhas lágrimas se encontravam presentes nas escadas do pátio.

(memorias do meu passado)

Hoje tenho muito para desabafar, mas simplesmente não me apetece. Estou farta.

4 comentários:

  1. NUNCA, mas NUNCA MAIS te quero ver a chorar, nem por nada, nem por NINGUEM! <.<

    ResponderEliminar
  2. eras kapaz de eskrever um livro
    ta mt bem iskrito
    bjxxx

    ResponderEliminar
  3. :/
    Já sabes o que penso Purple Star...
    Escreves muito bem, este post ficou espantoso.
    Eu adoro-te moça <3

    ResponderEliminar
  4. Também me acontece imenso isso... apetecer jorrar a minha alma no papel, em escritos, pelo vento, sobre o mundo. Mas depois penso que o facto de imaginar, suspender-se, anular-me na realidade, que me alegra, aquece e um raio de sol traça-me a carne... Depois começo a rodopiar, a ranger o peito, escrevinho e suspendo logo... apetece-me guardar no segredo como uma caixa, talvez de pandora???

    ResponderEliminar

Obrigado pela tua opinião!